Tenente Ledur, acusada de torturar aluno tangaraense, quer cargo de capitã
A Tenente passará por uma inspeção de saúde, que é parte do processo de promoção ao cargo de capitã.
A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, acusada de tortura que resultou na morte do aluno tangaraense do 16º Curso de Formação do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Patrício Lima Claro, passará por uma inspeção de saúde, que é parte do processo de promoção ao cargo de capitã.
De acordo com a publicação no boletim do Corpo de Bombeiros, há 41 vagas disponíveis ao posto de capitão e nove candidatos possuem interstício (tempo) necessário para concorrer à promoção. Liderando essa lista de nove candidatos, está o nome de Ledur.
A tenente já tentou a mesma promoção três vezes depois da morte do jovem, mesmo afastada por atestados de saúde, porém, ela foi em todas as vezes.
De acordo com boletim geral da instituição, publicado no último dia 21, a avaliação será realizada no dia 28 de março, junto com outros oficiais. Se aprovada, a promoção ocorre ainda no primeiro semestre deste ano.
O Caso
Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e faleceu por volta de 1h40 do dia 16 de novembro de 2016. Ele teria sido dispensado no final do treinamento do curso dos bombeiros, após reclamar de dores na cabeça e exaustão.
O Corpo de Bombeiros informou que já no Batalhão ele teria se queixado das dores e foi levado para a policlínica em frente à instituição.
Ali, sofreu duas convulsões e foi encaminhado em estado crítico ao Jardim Cuiabá, onde permaneceu internado em coma, mas acabou falecendo. O corpo de Rodrigo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal, mas análise preliminares não apontaram a real causa da morte e por isso exames complementares foram realizados, de acordo com a perícia criminal.
A tenente responde criminalmente pela morte do aluno e foi monitorada por tornozeleira eletrônica por três meses. Em outubro de 2017, ela conseguiu na Justiça o direito de suspender o monitoramento eletrônico, com a retirada do equipamento.
A ação que tramita na Justiça, de autoria do Ministério Público Estadual (MPE), tem a tenente como ré pelo crime de tortura. Além dela, outros cinco militares dos bombeiros foram denunciados.
Ledur responde a um processo administrativo junto ao Conselho de Justificação, que pode culminar inclusive na demissão. Publicação no Diário Oficial do Estado, do dia 13 de fevereiro, prorrogou por 20 dias, a contar do dia 4 de fevereiro, a conclusão dos trabalhos. O Conselho de Justificação foi criado no ano passado e é composto por três oficiais da ativa, de posto superior ao da acusada. A autarquia ainda não divulgou o resultado do conselho de justificação.
Na seara criminal, duas audiências estão marcadas, para 15 e 16 de abril, quando serão ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa e será feito o interrogatório da ré. Ela responde por tortura com resultado morte.
Fonte: FolhaMax