Médicos do HMC vão parar se salários não forem pagos em 48hs
Médicos denunciam empurra empurra em resolução de situação
Médicos terceirizados da área pediátrica do Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) protocolaram, nesta segunda-feira (19), um comunicado de paralisação se os salários de setembro, outubro e novembro não forem pagos.
Os médicos exigem no documento, encaminhado à direção do hospital e à coordenação da Family Medicina e Saúde – empresa terceirizada contratante dos profissionais – a regularização salarial em caráter de urgência, sob pena de greve.
“A contar de 48 horas da entrega deste documento à direção do HMC e ao senhor Milton Correa [proprietário da empresa], declaramos que, caso não sejam efetuados os pagamentos dos serviços referentes aos meses supracitados, haverá paralisação dos plantonistas dos setores pediátricos do HMC”, diz trecho do documento.
Caso a paralização entre em vigor, os plantões ficarão sob inteira responsabilidade da empresa Family. Nos últimos dias, de acordo com o documento, foram feitas inúmeras cobranças, tanto ao proprietário da empresa, quanto à direção do hospital.
Uma das profissionais, que preferiu não se identificar, afirmou que a situação é de empurra-empurra.
“A gente cobra o senhor Milton, e ele alega que não recebeu o repasse da empresa Cuiabana, mas a Empresa Cuiabana diz que já repassou os valores, aí fica nisso”, explicou.
O documento detalha a insatisfação dos profissionais plantonistas da enfermaria e pediatria.
“O atraso no pagamento dos médicos desse e de outros setores do HMC tem se tornado um evento recorrente, apesar das cobranças sem sucesso por parte do corpo clínico, culminando, inevitavelmente, em um sentimento de extrema insegurança de que a empresa Family Medicina e Saúde honrará seus contratos”, diz trecho.
Os profissionais destacam que muito além de prejuízos financeiros, os danos são morais à categoria.
“Eu amo trabalhar no HMC, atualmente tenho tentado ficar só no SUS, mas não dá, amor não coloca mesa. O pagamento está em atraso, já era para ter recebido outubro e não recebemos nem setembro. As contas não se pagam sozinhas”, desabafou a profissional.
Os médicos destacaram que atendem casos de urgência e emergência, como politraumas decorrentes de acidentes no trânsito, quedas, traumatismos cranianos, mordeduras caninas, acidentes ofídicos e crises convulsivas.
“A paralisação dos plantonistas pediátricos do hospital teria como consequência a falta de assistência para esses incidentes, levando a um prejuízo inestimável à população infantil cuiabana”, finaliza o documento.
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Fonte: Mídia News