POLÍCIA / SERVIDOR ASSASSINADO Imagem mostra agente penal morto por vereador com arma na cintura
Imagem que está circulando nas redes sociais mostra o corpo do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, de 41 anos, logo após ser baleado pelo vereador por Cuiabá Marcos Paccola, que é tenente-coronel da Polícia Militar de MT. A imagem teria sido registrada pela namorada de Alexandre, Janaina Sá.
Chama atenção que há um volume na cintura de Alexandre, o que faz Janaina sustentar que ele não sacou a arma para o vereador. Nas redes sociais, Janaina contesta a versão de Paccola, que disse por meio de nota ter agido em legítima defesa própria e de terceiros.
Vídeo recebido pela reportagem mostra a mulher ao lado do corpo de Alexandre. Ela também grita com o vereador, mas não é possível distinguir o teor dos gritos. Veja abaixo:
A versão apresentada à Polícia Militar, conforme consta no boletim de ocorrência, é que o vereador estava preso no trânsito e que uma pessoa o alertou que tinha um homem que estava ameaçando uma mulher.
Paccola então desceu do veículo e foi averiguar a situação. Ainda segundo o B.O, a vítima estria com a arma de fogo em punho. O vereador teria pedido que a vítima largasse a arma no chão, mas nesse momento teria esboçado reação contra o parlamentar, que disparou contra a vítima.
“Foi informado que a arma foi recolhida, pois a sra. J. tentou pegar a arma no chão”, consta no documento. Além disso, o boletim aponta que a namorada do agente estava, aparentemente sob efeito de álcool e estava agitada.
“Que a mesma estava fora de controle em determinado momento tentou tomar a arma da vítima que estava no coldre do PM”, diz.
Testemunhas afirmaram à PM que viram um carro trafegando na contramão e ouviram um forte barulho, como de um acidente de trânsito.
NAMORADA CONTESTA VERSÃO
Em seu perfil no Instagram, a namorada de Alexandre afirma que a discussão começou quando ela entrou na contramão para fazer xixi em uma distribuidora, quando alguns motoristas teriam iniciado a discussão. No momento que ela desceu do carro, Alexandre teria saído com a mão na cintura, mas que estava com a arma na mão.
Ela cita também que ele tinha o costume de andar com a mão na cintura. “O Alexandre, ele tem a mania de andar com a mão na camisa. Mania de policial, não sei, tipo fazendo guarda”, conta. “E, de repente, eu só vi ele caindo no chão”. “Ele não estava com a arma. Era o celular dele”, completa.
VEREADOR ALEGA LEGÍTIMA DEFESA
Em nota, o parlamentar lamentou a morte do policial penal, mas que agiu para neutralizar a ameaça em legítima defesa própria e de terceiros.
“A perda de uma vida é sempre irreparável, porém o dever de servir e proteger está acima de qualquer situação, o treinamento do Tenente Coronel Paccola permitiu que que os danos aos presentes e a sociedade fossem minimizados e que todas as demais vidas fossem preservadas”, afirma.
Fonte: Felipe Leonel/Estadão Mato Grosso