Com ficha extensa, dono de posto já tinha ligação com CV em MT

Thiago Gomes de Souza, vulgo “Baleia”, 35 anos, é o principal alvo da Operação Jumbo, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira, 16 de maio, em Cuiabá e em outras quatro cidades de Mato Grosso. Ele é dono de três postos de combustíveis na capital, sendo dois na Rodovia Palmiro Paes de Barros (postos Jumbo e Atalaia) e outro na Avenida Miguel Sutil (posto Petrox).

O investigado foi preso em sua residência, no condomínio Alphaville. Segundo investigações, ele teria movimentado cerca de R$ 350 milhões em quatro anos. Segundo o delegado responsável pelo caso, Jorge Gobira, antes de ser dono da rede de postos, o acusado trabalhava como taxista quando adquiriu o posto Jumbo. Ele já havia sido preso por tráfico de drogas em 2009 pela Polícia Civil. O alvo tem contra si cerca de cinco passagens criminais. Desde a adolescência, o investigado já era envolvido com drogas, quando começou a traficar lança-perfume.

“A compra do primeiro posto aconteceu quando já tinha 4 anos da sua última prisão. Quando ele comprou o posto, ele trabalhava como taxista. Inclusive, elementos colhidos hoje comprovaram que ele era taxista naquele período. Como um taxista teve recursos para comprar um posto avaliado em R$ 6 milhões?”, questiona o delegado.

As investigações apontam ainda que Thiago tinha ligação direta com líderes da organização criminosa Comando Vermelho e que os postos eram usados para lavar o dinheiro do tráfico, na modalidade mescla, ou seja, o dinheiro do tráfico é introduzido gradualmente e misturado com o dinheiro licito das empresas.

“O principal investigado, ele tinha contato quase que diário com integrantes aqui da principal facção criminosa do estado de Mato Grosso. Principalmente os líderes aqui, com certeza. Tem alvos relacionados com o núcleo empresarial com alvos relacionados com o tráfico propriamente dito”, disse o delegado.

Além dos postos de combustíveis, uma mineradora, que fica a 22 km de Cuiabá, e outras empresas, dentre elas transportadoras, eram usadas também para lavar o dinheiro.

Segundo a Polícia Federal (PF), as drogas eram transportadas da Bolívia para Porto Esperidião através de mulas, que carregavam os entorpecentes nas mochilas e atravessam a pé. Já em Mato Grosso, a carga era transportada em vários veículos diferentes para Mirassol D’Oeste e lá era armazenada e separada, para seguir para Cuiabá e da capital para outros municípios e estados.

Dos 8 mandados de prisão expedidas pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, apenas 6 foram cumpridos, dois suspeitos continuam foragidos. Dos seis mandados, quatro são contra empresários.

A PF contabilizou o dinheiro apreendido na casa do principal alvo, cujas cifras chegaram ao montante de R$ 40,6 mil. Ainda segundo o delegado foram realizados o sequestro de bens avaliados em torno de R$ 60 milhões.

As investigações e diligências contra o tráfico de drogas continuam, com especial atenção à prisão das lideranças e descapitalização de organizações criminosas.

Fonte: Mak Lucia/Estadão Mato Grosso

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