DENÚNCIA ”Meu orientador virou meu pior pesadelo”; alunos da UFMG denunciam abusos
Com relatos publicados nas redes sociais, estudantes de veterinária contam abusos psicológicos que sofreram na pós-graduação da UFMG
Estudantes residentes de uma clínica da escola de veterinária da UFMG denunciam abusos psicológicos de seus orientadores. Os relatos foram publicados nas redes sociais da clínica de pesquisa na quarta-feira (11/5) e os posts já contam com dezenas de comentários.
“Teve uma aula online em que ele, durante a explicação de uma matéria, parou para falar de mim, em meio a professores convidados, e outros residentes, (Disse) que eu era extremamente infantil e imatura, e começou a rir”, narra Joana.
“Cheguei ao ponto da minha irmã precisar morar comigo, porque ela tinha medo que eu me matasse. Eu fui definhando. Ele minou minha autoestima e eu não sei nem mesmo se algum dia eu vou voltar a ser a pessoa que eu era antes de entrar para a residência.”
Ela passou a tomar antidepressivos, ansiolíticos e remédio para dormir. Além disso, chegou a fazer mais de 30 sessões de fisioterapia e foi diagnosticada com dores crônicas causadas por estresse e ansiedade. Por fim, conseguiu trocar de orientador, e precisou refazer grande parte do seu trabalho de pesquisa.
Um relato publicado no Instagram da clínica, escrito por outra residente, conta que o professor dizia que ela “não servia nem para servir cafezinho” e que “lugar de mulher é atrás do fogão”. A residente que fez o desabafo acabou desistindo da sua residência em função dos abusos psicológicos.
A Escola de Veterinária publicou uma nota de repúdio e incentivou os estudantes a denunciar na Ouvidoria da UFMG. “A Escola de Veterinária da UFMG não compactua com comportamentos abusivos e práticas de ensino que não estejam alicerçadas no respeito às pessoas, repudiando firmemente toda e qualquer forma de tratamento indigno e discriminatório”, diz a nota, publicada no Instagram da escola.