VIOLÊNCIA SEM FIM Em MT, 52 mulheres são executadas; 12 foram a mando de facção

Dezoito delas foram vítimas de feminicídio; outras 22 foram vítimas fatais de acidentes de trânsito

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Elen Nascimento Silva (detalhe), que tinha 21 anos, foi morta na semana passada, a mando de facção

A violência contra as mulheres não para em Mato Grosso.

Ao menos 52 já foram vítimas de crimes violentos, neste ano.

Dezoito delas foram vítimas de feminicídios; 12 foram assassinadas por envolvimentos em crimes contra facções; e 22 foram vítimas fatais de acidentes de trânsito.

Neste mês, uma facção criminosa mandou matar mais uma mulher, em Mato Grosso.

Uma jovem Elen Nascimento da Silva, 21 anos, que seria uma “soldado” do Comando Vermelho (CV), foi morta com tiros, a maioria na cabeça, no dia 15 deste mês.

Além dos mais de 15 tiros, Elen ainda foi amarrada e o corpo, “desovado”na Estrada do Perobal, zona rural da cidade de Brasnorte (579 km a Noroeste de Cuiabá).

O MOTIVO – Elen foi executada a mando do CV, segundo testemunhas contaram à Polícia Civil, após exibir um vídeo, na rede social Tik Tok, fazendo um sinal de “3”, que é o símbolo da facção rival, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Nas primeiras investigações do delegado Eric Márcio Fantin. da Polícia Civil, logo após o crime, de um total de 10 pessoas, três delas já teriam sido identificadas criminalmente como possíveis autoras do crime.

Um dos presos seria um traficante. Ele é acusado de ter  participação direta em homicídio triplamente qualificado.

Também foram detidos uma mulher e um homem, mãe e irmão do traficante.

“A partir dessas prisões, conseguimos identificar mais pessoas. Já sabemos quem é o mandante, quem foram os responsáveis em sequestrar a jovem e os autores dos tiros que a mataram”, declarou o delegado Eric Fantin.

Já foi descoberto que a jovem foi morta com quatro tiros, conforme atestado pela perícia técnica.

Os disparos foram feitos por dois homens, já identificados, mas ainda não capturados.

O traficante é o principal suspeito de ser o mandante do assassinato.

“Assim que esse vídeo foi ao ar, gerou um incômodo nos líderes do CV. Eles chegaram a avisá-la que não era mais para fazer aquilo. Mas, parece que, na sexta-feira (15), ela chegou a gravar outro vídeo fazendo o sinal, mas apagou em seguida. Só que foi tempo suficiente para os faccionados verem. Daí, ela foi jurada para levar o ‘salve’ da facção”, explicou.

No total, segundo a Polícia, 10 pessoas são suspeitas e acusadas, em  princípio, na participação do crime, que segue sendo investigado.

Os números sobre as mulheres mortas, nos quatro primeiros meses deste ano, foram levantados pela própria equipe de reportagem policial, em seus arquivos e de outros sites de matérias publicadas no período.

Fonte: TÉO GOMES/Diário de Cuiabá