Como saber se o mel é de qualidade? Veja algumas dicas para não errar na compra
Descubra dicas para não errar na hora de comprar um bom melRusty Marcellini / Fartura/Divulgação
Conversamos com o chef Rodrigo Bellora para descobrir algumas curiosidades sobre a geleia produzida pelas abelhas
O doce produzido pelas abelhas é uma excelente fonte de nutrientes e vitaminas que fazem bem ao organismo. Além das suas propriedades saudáveis e de servir como um ótimo substituto para o açúcar refinado, o mel é muito usado na gastronomia por proporcionar sabores únicos em várias receitas.
O alimento é produzido a partir do néctar das flores coletados pelas abelhas e, durante o transporte, é armazenado em um órgão específico do inseto onde o líquido recebe algumas enzimas e começa a ser processado. O resultado é uma solução concentrada de água e açúcares, especialmente frutose e glicose, enriquecida com proteínas, vitaminas, sais minerais e ácidos orgânicos.
Rodrigo Bellora, além de ser um dos grandes nomes da gastronomia gaúcha, é também agricultor, pesquisador e idealizador do conceito “cozinha de natureza”. À frente dos restaurantes Valle Rustico, Guaraipo e Tubuna, todos na serra gaúcha, o chef é reconhecido pela sua extrema preocupação com os alimentos desde o plantio até o prato final. Bellora também assina dos menus dos restaurantes Wood, em Gramado, e Alma RS, em Cambará do Sul.
Por ser um grande entusiasta universo das abelhas e defensor da importância delas para a gastronomia, convidamos Bellora para compartilhar conosco algumas curiosidades sobre o mel e dicas importantes para nos atentarmos na hora de comprar.
ENTENDA AS DIFERENÇAS ENTRE AS ABELHAS
Por se tratar de um produto natural, cada espécie de abelha pode produzir méis completamente diferentes, dependendo também da planta onde o néctar foi coletado. Bellora explica que existem dois grandes grupos principais do inseto: a apis mellifera e as nativas. O mel desta primeira é também o mais comum de encontrar por aí e é um mel mais grosso, já o produzido pelas abelhas nativas é mais fino, com maior acidez e menos doce.
MEL CRISTALIZA
Outro ponto muito importante para analisar se o mel é realmente puro é a sua cristalização. O chef afirma que esse é um processo natural do produto que não deve ter uma textura de calda totalmente lisa, como as glucoses de milho.
– A textura do mel vai depender muito da temperatura que ele estiver armazenado, de onde e como ele foi retirado e outros fatores. Se o mel estiver na geladeira ou em temperaturas mais baixas, ele pode sim cristalizar – explica.
CONHEÇA O PRODUTOR
Um das grandes defesas de Bellora para todos os alimentos é da importância de conhecermos a sua procedência e claro que com o mel não seria diferente.
– Essa reconexão com as pessoas que produzem é fundamental. Antigamente as pessoas conheciam quem entregava o leite, quem fazia o pão. A gente acabou se distanciando um pouco disso, mas continua sendo um dos aspectos mais importantes – ressalta.
EXPERIMENTE MÉIS DIFERENTES
Cada espécie de abelha produz méis com cores, texturas, densidades, aromas e gostos completamente diferentes, além de poder variar também conforme a variedade das flores onde o néctar for coletado.
– Em Cambará do Sul, por exemplo, temos três méis incríveis que são mais reconhecidos internacionalmente do que aqui no Brasil. Tem o mel branco que é bem clarinho, feito a partir de um momento que é aflorada a árvore Carne de Vaca. Já o mel silvestre tem uma coloração mais próxima do mel tradicional. E o melato escuro, que por muito tempo não era considerado nem mel – conta Bellora.
O ideal é explorar o paladar e experimentar produtos de abelhas e produtores diferentes, essa máxima vale também para qualquer alimento. Para conhecer, é necessário provar e criar repertório.
FONTE: GZH – Zero Hora