TRAGÉDIA Busca desesperada por sobreviventes nos EUA após devastação dos tornados
Número de mortos na passagem devastadora do tufão chega a 94
Mayfield, EUA – Os serviços de emergência continuam buscando sobreviventes neste domingo (12/12) em uma fábrica de velas localizada no coração dos Estados Unidos, que se tornou símbolo da devastação causada pelos tornados que deixam ao menos 94 mortos.
Este fenômeno meteorológico excepcional afetou cinco estados, deixando um rastro de destruição ao longo de centenas de quilômetros, mas foi em Mayfield, no estado de Kentucky, que a devastação foi pior.
Da fábrica de velas Mayfield Consumer Products não restou nada além de vigas retorcidas e chapas de metal empilhadas com vários metros de altura. Equipados com guindastes, escavadeiras e outros dispositivos mecânicos, os socorristas avançam lentamente neste domingo, à espera de um milagre.
Cerca de 110 funcionários estavam trabalhando na fábrica na sexta-feira à noite para darem conta da demanda da temporada de Natal, quando o tornado destruiu tudo. Várias dezenas desses trabalhadores continuam desaparecidas.
“É uma operação muito triste e séria neste momento”, disse o coordenador de ajuda de Kentucky, Michael Dossett, confirmando que nenhum sobrevivente foi retirado dos escombros durante a madrugada. “É a visão de uma zona de guerra”, acrescentou à rede CNN.
Entrevistada pela NBC, a prefeita de Mayfield, Kathy O’Nan, pareceu reduzir as chances de um milagre: “Ainda há esperanças. Mas, por enquanto, o que esperamos é um refúgio acolhedor para nossos sobreviventes”.
O saldo será pior
A fábrica de velas, uma empresa familiar, criou um fundo de emergência para ajudar as famílias. Em outros lugares de Kentucky, além dos estados de Missouri, Illinois, Tennessee e Arkandas, cenas semelhantes foram registradas, com prédios destruídos, infraestruturas de metal retorcidas, veículos capotados, árvores caídas e tijolos espalhados pelas ruas.
Esses cinco estados foram atingidos por “uma das piores séries de tornados” da história do país, lamentou o presidente Joe Biden, classificando essa devastação como “uma tragédia inimaginável”.
As agências federais de resposta a catástrofes começaram a ser mobilizadas na área, segundo Biden, que prometeu que “o governo federal vai fazer tudo o que puder para ajudar”.
Outros países enviaram suas mensagens de solidariedade. O presidente russo Vladimir Putin apresentou neste domingo suas “mais sinceras condolências”. O papa Francisco dedicou suas orações na Praça de São Pedro aos habitantes de Kentucky.
O número de mortos aumentou hoje: ao menos 80 pessoas morreram só em Kentucky, anunciou o governador do estado Andy Beshear. “Vai passar de cem”, estimou.
Os tornados são um fenômeno meteorológico violento que afetam especialmente as planícies vastas nos Estados Unidos.
“Uma bomba”
Parte do patrimônio local foi apagada do mapa. Em Mayfield, antigas igrejas foram totalmente destruídas e o histórico edifício do tribunal da Justiça foi seriamente danificado.
“É como se uma bomba tivesse explodido no nosso bairro”, disse à AFP Alex Goodman, morador dessa cidade de cerca de 100.000 habitantes, após uma noite de muita angúsita e ansiedade em meio à escuridão.
Kentucky foi varrido ao longo de mais de 320 quilômetros por um dos maiores tornados já registrados nos Estados Unidos, segundo seu governador. O maior, com uma extensão de 219 milhas, ocorreu em 1925 em Missouri e matou 695 pessoas.
Tragédia no depósito da Amazon
Cerca de trinta dessas tempestades atingiram o país entre sexta-feira e sábado. Outro local particularmente afetado foi um depósito da Amazon em Edwardsville, em Illinois, onde ao menos seis pessoas morreram. As equipes de resgate continuam as tarefas de busca neste domingo.
“Estamos de coração partido pela perda dos nossos colegas. Nossos pensamentos e orações estão com suas famílias e entes queridos”, disse o chefe da Amazon, Jeff Bezos, no Twitter.
O Tennessee informou quatro mortes e duas pessoas morreram em Arkansas, enquanto foram informadas ao menos duas mortes em Missouri.
O presidente Biden destacou que os fenômenos meteorológicos estão “mais intensos” com o aquecimento global, mas não estabeleceu uma relação causal direta entre a mudança climática e a catástrofe que mergulhou seu país no luto.
Fonte: Agência France-Presse/Correio Brasiliense/Web TV Cidade MT