CRIANÇA PRODÍGIO Brasileiro de 8 anos é a pessoa mais nova a entrar em associação de superdotados
Com 140 de QI, Gustavo Saldanha tem habilidades avançadas com instrumentos musicais e tecnologia.
Desde que nasceu, Gustavo Saldanha apresentava características diferentes de outras crianças da mesma idade. A mãe, Luciane Saldanha, conta que o menino não se distraia facilmente e não tinha os mesmos interesses que outros bebês. E esses foram apenas os primeiros de muitos sinais que, agora em 2021, fizeram o garoto de apenas 8 anos de idade entrar em uma associação internacional para pessoas com QI elevado.
O primeiro interesse de Gustavo apareceu assim que ele começou a falar: a música. Para uma apresentação de Dia das Mães na escola onde estudava, o menino precisou aprender cinco canções dos Beatles. “Embora não percebêssemos, ele já demonstrava uma das características que hoje, para nós, é um traço marcante com relação à superdotação. Ele se dedicou ao tema de tal forma que, em pouco tempo, já sabia cantar mais de 50 músicas dos Beatles”, contou Luciane Saldanha ao Correio. Gustavo tinha apenas cinco anos na época.
A partir daí, os pais notaram algo incomum no filho: ele era muito persistente quando decidia aprender algo. “Com relação à inteligência, é complicado falarmos, pois os pais sempre tendem a achar os filhos inteligentes. A maioria dos interesses dele eram diferentes, mas, além disso, sua persistência quando queria alguma coisa era notável”, relata a mãe.
Ainda com cinco anos de idade, o pequeno artista começou a se apresentar ao lado de Marco Mallagoli, presidente de um fã clube dos Beatles em São Paulo. Em pouco tempo, o repertório do garoto já englobava mais de 50 sucessos dos Beatles. A lista de habilidades do menino só cresceu ao longo dos anos, ele aprendeu a tocar guitarra, baixo, violão, ukulele, bateria, teclado e outros instrumentos.
Com apenas seis anos de idade, Gustavo gravou um álbum com 14 sucessos dos Beatles. Além dos covers, ele já gravou quatro músicas autorais.
Descoberta da Superdotação
A suspeita de que o menino poderia ser um prodígio aumentou durante a pandemia, quando Gustavo passou a estudar de casa. Ele quase não tinha contato com a tecnologia antes do lockdown, mas rapidamente desvendou o mundo da internet. “Ele virou especialista em praticamente todas as funcionalidades existentes nos aplicativos de reuniões online, como o Zoom, Google Meet, Streamyard, Google Duo, entre outros”. Os pais contam também que Gustavo passou a ter curiosidade pelos sistemas operacionais, e assistia diversos tutoriais que mostravam a diferença entre eles. Em pouco tempo, já estava mudando a aparência do Windows 10 para a Apple.
Inspirado pelas aulas on-line, Gustavo resolveu criar uma própria escola, na qual dava aulas para os avós todos os finais de semana. O menino também começou a produzir DVDs, com menus específicos, capas próprias, e, em pouco tempo, já tinha suas próprias videoaulas.
Essas atitudes, somadas à grande habilidade musical que Gustavo tinha, chamaram atenção dos pais e os fizeram procurar ajuda para entender melhor a criança. Foi assim que eles descobriram as altas habilidades e superdotação do filho. “Explicamos o que significava e dissemos que era apenas uma característica dele, mas que ele não poderia ser definido por isso. Explicamos também que ele nunca deveria se sentir melhor do que ninguém, afinal, outra pessoa que não tenha a mesma habilidade que ele poderá superá-lo com esforço e dedicação”, afirma a mãe.
O resultado do teste de superdotação saiu em abril de 2021, e mostrou que Gustavo apresentava 140 de QI. Muitos questionamentos passaram pela cabeça dos pais, como a necessidade de investir nas áreas de maior habilidade do filho. Durante pesquisas na internet, eles encontraram reportagens sobre o neurologista Fabiano de Abreu, que os apresentou a Mensa Internacional, do Reino Unido, a mais antiga e famosa sociedade de alto QI do mundo. O doutor Fabiano orientou a família sobre os trâmites burocráticos para entrar na organização e deu orientações no processo educacional do menino.
“O doutor Fabiano, além de ter alto QI, também tem muitos estudos publicados sobre inteligência. Na primeira consultoria tivemos uma aula de como funciona o cérebro nesses casos. Toda a divulgação na imprensa também partiu dele, as estratégias para que a fama não o afete e como melhor aproveitá-la”, explica a mãe.
Sobre entrar no Mensa, os pais acreditam que uma das vantagens é que Gustavo começará a conviver com crianças como ele. Além disso, na escola o filho terá algumas adaptações no ensino, como a inclusão de aulas de música mais avançadas e maior acesso à tecnologia. “Ele voltou recentemente para as aulas presenciais e vem se mostrando bastante feliz com as adaptações no ambiente escolar”.
Planos para o futuro
Os pais de Gustavo revelam que o menino sempre teve muitos planos para o futuro, mas como toda criança, muda de ideia constantemente. O sonho atual é ter um grande empreendimento com complexo hoteleiro, emissora de rádio e TV, restaurantes, teatro, entre outras coisas. A espaço da música na vida do garoto parece não ser voltado a um caminho profissional, mas Gustavo garante que ela sempre fará parte da vida dele, independente do que faça no futuro.
Por intermédio do Dr. Fabiano, Gustavo conseguiu uma bolsa de estudos na Logos University International (UniLogos), presente nos Estados Unidos e na França. A Universidade também possui convênios no Brasil e a bolsa vale para todos esses países. Os pais afirmam que no momento certo vão analisar todas as opções que têm.
“Lidamos normalmente com essa inteligência e sempre estimulamos o desenvolvimento social dele. Nos momentos mais difíceis, aproveitamos para explicar que as pessoas têm interesses diferentes, assim como ele tem. O que mais queremos é que ele seja verdadeiramente feliz e realizado, se possível, fazendo o que gostar”, afirma a mãe.
Fonte: Talita de Souza/Camilla Germano/Correio Brasiliense/Web TV Cidade MT