ELEIÇÃO 2022 Mulheres articulam candidaturas à Assembleia

A participação feminina nos cargos eletivos é tímida, mas alguns nomes em pré-campanha evidenciam que elas estão chegando.

Mulheres articulam candidaturas à Assembleia em Mato Grosso

Elas estão chegando à busca do espaço que o machismo político sempre lhes negou na Assembleia Legislativa. São mulheres filiadas a diversos partidos e até mesmo à espera de mudança de filiação. Não há o perfil da candidatura feminina. Algumas são acostumadas outras estreantes em campanhas eleitorais. Residem na Capital, São Félix do Araguaia, Cáceres, Alta Floresta, Confresa, Sinop, Juara e Rondonópolis. Dentre elas, a professora universitária e vereadora petista por Cuiabá, Edna Sampaio.

A presença feminina nos meios políticos é tímida em Mato Grosso. A Assembleia Legislativa tem 24 cadeiras e somente uma é ocupada por mulher, com Janaína Riva (MDB); na legislatura anterior o Legislativo estadual teve duas mulheres em sua composição: Janaína, então filiada ao PSD, e Luciane Bezerra (PV), mas nunca três cadeiras foram ocupadas por deputadas. São 14 prefeitas num universo formado por 141 municípios. Não há senadora; na Câmara dos Deputados somente Rosa Neide (PT).

Pela primeira vez Mato Grosso terá um grupo expressivo de candidatas com chances reais de eleição para a Assembleia, mas para tanto será preciso que o eleitorado feminino, que em números redondos representa metade dos eleitores mato-grossenses, nas urnas aposte na valorização política da mulher, buscando a igualdade de gênero a começar pelo Parlamento estadual.

Janaína Riva (MDB), nascida em Juara, filha do ex-deputado estadual José Riva, cumpre o segundo mandato consecutivo e na eleição de 2018 foi campeã de votos ao cargo. A deputada além de virtual candidata à reeleição é considerada puxadora de votos.

Edna Sampaio ocupa espaço pela forma independente como exerce o mandato. Seu nome é lembrado entre os pré-candidatos a deputado estadual pelo PT, partido que já elegeu duas deputadas estaduais: Serys Slhessarenko e Verinha Araújo.

Em Cuiabá a advogada e militante em defesa da mulher vítima da violência, Sirlei Theis (PL), é o destaque feminino de seu partido, e em 2018 foi candidata à vice-governadora pelo PV na chapa encabeçada pelo senador liberal Wellington Fagundes. Também na Capital, a ex-reitora da Universidade Federal (UFMT) e ex-candidata ao Senado, Maria Lúcia Cavalli (PCdoB) figura entre as pré-candidatas com possibilidade de eleição.

Em Rondonópolis três nomes femininos figuram entre os pré-candidatos à Assembleia. A primeira-dama Neuma Moraes é filiada ao Solidariedade, mas deverá mudar de partido acompanhado o marido Zé Carlos do Pátio que busca mais espaço político em outra sigla; a empresária Marchiane Tenório Fritzen (PSL, que foi candidata a vice-prefeita em 2020 na chapa encabeçada pelo empresário Luizão (Republicanos); e a vereadora e professora universitária aposentada Marildes Ferreira (PSB).

A prefeita reeleita de São Félix do Araguaia, advogada e vice-presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Janailza Taveira (SD), anunciou que pretende candidatar-se a deputada estadual.

Rose do Tradição (PSC), vice-prefeita de Alta Floresta e ex-candidata a deputada estadual em 2018, articula sua candidatura à Assembleia. Colecionadora de mandatos de vereadora por Cáceres, Valdeniria Dutra (PSC) estará entre as candidatas. Em razão da manutenção da proibição de coligação para cargos proporcionais, tanto Rose quanto Valdeniria poderão mudar de partido, mas sem prejuízo do projeto de ambas em relação à Assembleia.

A jornalista Camila Nalevaiko, que dirige o portal agenciadanoticia.com.br em Confresa foi anunciada enquanto pré-candidata a deputada estadual pelo presidente da Assembleia, Max Russi, que abonou sua ficha de filiação.

A empresária Rosana Martinelli que foi prefeita de Sinop e não disputou a reeleição em 2020, figura entre os nomes do PL à Câmara dos Deputados. Porém, Rosana e o deputado federal Juarez Costa (MDB) articulam uma dobradinha com ela saindo à Assembleia para evitar o canibalismo eleitoral naquele município.

Antes de ser prefeita Rosana foi vice-prefeita de Juarez Costa. Figuras ligadas ao deputado garantem que os dois deverão trocar de legenda; ela, para acompanha-lo, e ele, para evitar pressões por parte do presidente regional do MDB e deputado federal Carlos Bezerra, que controla o partido com mão de ferro e não aceitaria a concorrência de Juarez ao cargo, fortalecido pela dobradinha com Rosana.

Fonte: EDUARDO GOMES/Gazeta Digital/Web TV Cidade MT