Rumo Logística é a única interessada em ferrovia estadual

Governo fez hoje a abertura da proposta para implantação de 730 quilômetros de linha férrea, que vão interligar Rondonópolis a Cuiabá, além de Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde

O Governo de Mato Grosso iniciou a análise dos documentos para implantação da ferrovia

A empresa Rumo Logística S/A foi a única interessada em apresentar proposta para obter autorização para implantação da primeira ferrovia estadual de Mato Grosso.  A abertura da proposta foi realizada, na manhã de hoje (3), durante sessão decorrente do edital de chamada pública para implantação de 730 quilômetros de linha férrea, que vão interligar Rondonópolis a Cuiabá, além de Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, além de se conectar com a malha ferroviária nacional, em direção ao Porto de Santos (SP).

Ao todo, estão estimados investimentos privados da ordem de R$ 12 bilhões para implantação da malha ferroviária. Agora, o Governo do Estado inicia a análise dos documentos da interessada. A previsão é de que o resultado final da chamada pública seja divulgado em até 15 dias e, somente após a homologação, será feita a expedição da autorização e formalização de contrato de adesão.

De acordo com o secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, a manifestação de interesse da empresa nessa iniciativa inédita em Mato Grosso é um marco para a história do Estado e um exemplo para o Brasil.  Para ele, a implantação da ferrovia vai transformar a realidade do Estado, para além da infraestrutura e logística, por meio geração de emprego, renda e o desenvolvimento dos municípios, em especial aqueles que estão à margem do traçado previsto de ser implantado.

“Hoje somos o maior produtor de grãos, temos o maior rebanho bovino, produção do etanol do milho e, nos próximos anos, devemos crescer ainda mais. E com a ferrovia vamos nos interligar diretamente ao Porto de Santos. É importante para os produtores e para todo o Estado.  Estamos fazendo a integração rodoferroviária. O planejamento do Estado, com as rodovias e pontes que estamos executando, é para que se faça a interligação de modal rodoviário e ferroviário. É um exemplo para o mundo”, afirmou.

O diretor da Rumo Logística, Guilherme Penin, afirmou que a apresentação da proposta se dá pela percepção do empenho do Governo do Estado, por meio dos investimentos realizados na melhoria da infraestrutura viária de uma das regiões reconhecidamente produtoras do Estado e do país, que é o médio-norte mato-grossense – o que vai possibilitar a ampliação da atuação da empresa em Mato Grosso. Hoje a Rumo já opera um terminal em Rondonópolis.

“Há muitas obras em andamento e você precisa colocar o terminal em um local que esteja bem alimentado com rodovias locais, para escoar a produção. Não vamos colocar a ferrovia em um ponto que não esteja muito bem comunicado com rodovias estaduais – e muitas obras estão sendo feitas pelo Governo do Estado. Por isso, ainda estamos estudando muito bem para alocar os terminais nos melhores locais possíveis, para não ter custo maior ao usuário. Estamos estudando uns quatro ou cinco terminais”, afirmou.

A expectativa é de que, uma vez autorizada, a empresa possa implantar a ferrovia estadual já nos próximos dois anos. Com a assinatura e a implantação, a empresa poderá operar e explorar a ferrovia pelo prazo de 45 anos, sendo que a infraestrutura ferroviária poderá ser compartilhada pela empresa vencedora com outra empresa de transporte ferroviário que venha a prestar serviços no Estado.

RUMO –  O diretor da empresa Rumo Logística, Guilherme Penin, anunciou que o primeiro terminal da ferrovia estadual deverá ficar pronto em até dois anos após o início das obras.

Segundo Penin, conforme os trechos forem sendo construídos, novos terminais serão lançados, não necessitando esperar os sete anos previstos no projeto.

“O plano da companhia é na medida que for construindo já se coloca outros terminais e inicia a operação, de maneira que não será necessário esperar cinco ou sete anos para ter toda a infraestrutura construída pra iniciar a operação”, afirmou.

“Então, se constrói 150 km, coloca um primeiro terminal para cargas em geral e traz desenvolvimento para região. Na medida em que acreditamos que em um ano e meio ou dois anos se tenha um primeiro fruto disso que foi assinado” completou.

O diretor da empresa explica que ainda não há projeção em qual município deverá ser instalado o primeiro terminal, uma vez que é preciso um projeto de ação para obra.

A expectativa, segundo Penin, é de que seja em Primavera do Leste, em Santa Rita do Trivelato ou Nova Brasilândia, a depender também da malha viária da região.

Fonte: KAMILA ARRUDA/Diário de Cuiabá/ Web TV Cidade MT