POLÍTICA / ATO SIMBÓLICO Bolsonaro pode vir a Cuiabá nesta quinta entregar tratores para indígenas

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um dos defensores do chamado etnodesenvolvimento, que autoriza e incentiva a produção agrícola feita por indígenas, deve estar em Cuiabá na próxima quinta-feira (19), para participar de um ato de entrega de tratores no final de um seminário regional Fundação Nacional do Índio (Funai) no Hotel Fazenda Mato Grosso.

A afirmação foi feita pelo deputado José Medeiros (Podemos), vice-líder do presidente na Câmara Federal, que também garantiu a vinda da ministra-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Flávia Arruda, e do presidente nacional da Funai, Marcelo Xavier.

“Além do financiamento de projetos, a Funai vem entregando tratores para apoio às atividades produtivas em diversas aldeias no país, inclusive em Mato Grosso. Esse maquinário contribui para ampliar a produção e ajuda na segurança alimentar da aldeia. Os povos indígenas precisam de uma linha de crédito para terem liberdade na produção e geração de renda. O estado não pode ser um atrapalhador como defende as organizações não governamentais (ONGs). A miséria dos indígenas é o principal negócio dos canalhas que faturam alto com essas ONGs”, falou Medeiros na última sexta-feira (13), durante a abertura do I Seminário Nacional dos Agricultores Indígenas.

Entre os projetos de etnodesenvolvimento já consolidados, que contam com o apoio da Funai, estão a produção de café especial pela etnia Paiter-Suruí (RO), a pesca esportiva no Parque do Xingu (MT), a produção de castanha pela etnia Cinta Larga (RO), o manejo do pirarucu por indígenas Paumari (AM), a produção de camarão pelos Potiguara (PB), o cultivo de erva-mate por comunidades Guarani e Kaingang (PR) e de arroz pelas etnias Xavante e Bakairi (MT).

Nos últimos dois anos, a Funai investiu mais de R$ 30 milhões em projetos de etnodesenvolvimento em diferentes regiões do país. A liderança indígena Arnaldo Paresi, falou sobre a necessidade de se instituir um sistema diferenciado de desenvolvimento econômico.

“Os indígenas sentem muito orgulho quando, do seu trabalho, conseguem extrair a dignidade da sua família e da sua comunidade. Isso não significa que estamos deixando nossa cultura, mas, se não desenvolvermos um sistema econômico sustentável, a nossa cultura morrerá dentro da gente. Precisamos de qualidade de vida”, pontuou.

Fonte: Jefferson Oliveira/Estadão Mato Grosso

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