POLÍTICA / PANDEMIA SEM FIM Deputados demonstram preocupação com possível terceira onda em MT

Os deputados estaduais têm se mostrado preocupados com a possibilidade de uma terceira onda da pandemia em Mato Grosso. Ao comentar o assunto, Eduardo Botelho (DEM) e Lúdio Cabral (PT) afirmaram que o aumento recente no número de novos casos não está relacionado com a volta às aulas, mas sim com fatores meteorológicos e relaxamento das medidas sanitárias.

“Estamos desde janeiro com um platô elevado com a média de 1.200 casos novos todos os dias desde janeiro. O número de óbitos voltou a subir nos últimos 10 dias a média móvel. E por que estamos neste platô elevado? Porque não estamos tratando de forma adequada a transmissão desse vírus”, afirmou Lúdio.

De acordo com Lúdio Cabral, que também é médico sanitarista, o retorno das aulas aconteceu antes de a epidemia permitir. Ele afirma que a volta das atividades presenciais no início de agosto acontece em meio a uma coincidência de fatores que colocam trazem risco a professores e estudantes.

“O vírus não nasce dentro da escola, o vírus sempre entra dentro da escola e, ao entrar, a escola precisa estar preparada para não deixar ele se espalhar. Nós estamos em um período do ano que as doenças de transmissão respiratória são maiores, nós temos uma variante genética nova circulando em território brasileiro e em Mato Grosso, que é mais transmissível, que produz formas mais graves, que escapa da imunidade conferida pela primeira dose da vacina”, disse.

Um exemplo comentado por Lúdio aconteceu na Escola Estadual Professora Paciana Torres De Santana, no Residencial Coxipó, em Cuiabá. O deputado revelou que uma merendeira visitou todas as salas durante um turno para poder distribuir alimento para os alunos e profissionais. Mais tarde, descobriu-se que ela estava infectada. Ou seja, houve contato de uma pessoa infectada com todas as pessoas dentro da unidade de ensino. Segundo ele, o procedimento correto neste caso seria isolar todas as pessoas por um período de sete dias e testá-las.

Já o deputado Eduardo Botelho detalhou que existe uma preocupação com uma possível terceira onda da pandemia em Mato Grosso. O parlamentar explanou que essa nova onda não tem a ver com a volta às aulas, mas sim com a presença de novas variantes mais contagiosas, como a delta (detectada pela primeira vez na Índia) e a ‘gama-plus’, mutação da variante de Manaus.

Botelho explicou que a Assembleia conseguiu conter o surto de covid-19 que tomou conta da Casa e, depois disso, caiu consideravelmente o número de casos. Por isso, o Legislativo deve voltar a funcionar normalmente.

Fonte: Jefferson Oliveira/Estadão Mato Grosso