ECONOMIA / O FUTURO É SUSTENTÁVEL Investimentos em energia solar devem chegar a R$ 100 bilhões
Diante da pior crise hídrica que o Brasil já enfrentou nas últimas nove décadas, outras fontes de energia renováveis e mais baratas ganham visibilidade e espaço no sistema nacional. E a tendência é que esse investimento continue crescendo nos próximos anos, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Apesar de ser uma fonte renovável, as energias produzidas pelas hidrelétricas sofrem com as mudanças climáticas dos últimos anos. No encerramento de julho de 2021, os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste registraram o mais baixo nível de armazenamento médio de toda a série registrada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), iniciada em 2000. Os dados foram piores que julho de 2001, período em que o país enfrentou racionamento energético e apagões.
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De acordo com o Ministério, nos últimos três anos a geração de energia solar centralizada (gerada por grandes usinas) cresceu 200%. Já a solar distribuída (gerada no local de consumo ou próximo a ele) cresceu mais de 2.000%.
Nos próximos dez anos, o Ministério prevê que, só para a geração de energia solar, serão investidos mais de R$ 100 bilhões, representando 28% de todo o investimento no setor elétrico nesse período.
“Entre os incentivos oferecidos pelo governo federal está a eliminação de impostos de importação para equipamentos de energia solar, o que tem permitido o aumento da competitividade da fonte solar no Brasil, tanto para a geração centralizada como para a geração distribuída”, diz o ministério.
A expectativa de aumento da participação de fontes energias renováveis é um dos principais pontos constatados no Estudo do Plano Decenal de Expansão de Energia 2030, publicado em abril deste ano pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
“As energias renováveis têm um crescimento médio de 2,8% a.a. na Oferta Interna de Energia, com destaque para a energia eólica, solar, biodiesel e lixívia – as chamadas ‘outras renováveis’. Também se destaca o crescimento na oferta de gás natural (14% em 2030) e a redução da participação do petróleo e seus derivados na oferta interna total de energia, de 34% em 2021 para 32% em 2030”, aponta o estudo.
Ainda conforme a projeção, espera-se que o percentual de energias renováveis na matriz energética se mantenha elevado até 2030. A variação prevista é que fique em torno de 50%, sendo 49% em 2021, 50% em 2025 e 48% em 2030, em consonância com a meta dos objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS 7) para o Brasil.
Fonte: Priscilla Silva/Jornal Estadão Mato Grosso