Fazendeiro é multado em R$ 10,4 milhões por queimada intencional no Pantanal
Penalidade foi imposta a um proprietário de terras em Santo Antônio de Leverger; infrator tem 20 dias para pagar ou apresentar defesa.
Fazenda no Pantanal teve áreas queimadas de forma irregular e intencional Foto: Divulgação
Cuiabá — Um fazendeiro foi multado em R$ 10,4 milhões por promover queimada intencional em terras situadas no município de Santo Antônio de Leverger, a 34 km de Cuiabá, no Pantanal Mato-grossense. O proprietário rural é apontado como responsável por colocar fogo em uma área de 1,7 mil hectares.
A multa foi aplicada pela Polícia Militar de Proteção Ambiental, no dia 14 de junho. O Ministério Público do estado já recebeu o auto de infração para adotar as medidas legais e garantir o pagamento. O infrator não teve o nome revelado. De acordo com o MP, o proprietário da fazenda tem prazo de 20 dias para pagar a multa ou apresentar defesa administrativa.
Os danos ambientais causados pelo fazendeiro foram identificados pela plataforma online “Global Forest Watch”. A partir dos alertas gerados, os policiais ambientais partiram para vistoriar a fazenda.
Segundo o MP, um funcionário da propriedade informou que o fogo teria sido causado por fenômenos naturais após uma forte tempestade na região. No entanto, a hipótese não era plausível.
O levantamento técnico realizado pelo órgão ambiental constatou que a variação da umidade da vegetação a partir de imagens de satélite não indicava evento meteorológico compatível com essa versão.
Os fiscais então concluíram que existiam “fortes indícios de queimada intencional e controlada com o objetivo de destruir a vegetação nativa do bioma Pantanal para uma futura formação de pastagem para animais”.
As áreas queimadas irregularmente foram embargadas, de acordo com o MP. Com essa medida, o fazendeiro fica proibido de semear para pastagem ou criar gado no local. O proprietário da fazenda também foi notificado a retirar os animais da área incendiada e mantê-la isolada para regeneração natural.
Fonte: Jornal Globo