Pastor é indiciado por abusos sexuais contra uma filha e duas crianças que esposa dele cuidava, em Senador Canedo

Investigações apontaram que ele ainda cometeu atos libidinosos contra outra filha adolescente. Ele negou os crimes, mas tentou culpar as vítimas dizendo que elas ‘usavam roupas curtas’.

Um pastor e caminhoneiro de 52 anos foi indiciado, na sexta-feira (28), por três casos de estupro de vulnerável em Senador Canedo, na Região Metropolitana de Goiânia. Segundo a Polícia Civil, ele abusou sexualmente de uma filha quando ela tinha cerca de 10 anos de idade e de duas crianças que ficavam sob cuidadas pela esposa dele quando tinham 6 e 8 anos de idade.

O homem foi preso preventivamente em abril deste ano. Ao ser ouvido, ele disse à Polícia Civil que nunca cometeu nenhum dos atos contra as meninas.

“Ele adotou o perfil do abusador mesmo, colocando a culpa nas vítimas. Ele nega qualquer contato com as crianças, mas disse que as filhas o provocavam usando roupa curta em casa e ainda negou os abusos”, disse a delegada responsável pelo caso, Thaynara Andrade.

G1 não conseguiu localizar a defesa do preso para pedir uma posição sobre o caso.

A denúncia veio à tona em 2018. A mãe da menina de 6 anos teve outro filho, ficou em casa durante a licença-maternidade, mas quando foi voltar a trabalhar e teria que deixar a filha com a babá, notou que ela ficou com muito medo.

“A mãe estranhou, foi investigando e descobriu que, quando ficava sozinho com as meninas, o pastor cometia esses atos libidinosos [abusos]”, disse a delegada.

Thaynara contou que, à época, a esposa não acreditou muito na versão das meninas, achava que pudessem estar usando da imaginação.

No entanto, durante a investigação, as filhas do casal, que atualmente têm 19 e 21 anos, foram chamadas para serem ouvidas pela Polícia Civil. Após o depoimento delas que a mãe passou a acreditar nas narrativas e demonstrou muita surpresa, porque nunca soube de nada pelas meninas.

“Nesses casos, nós ouvimos a família e foi quando as filhas contaram que acreditavam sim nas declarações das crianças porque já tinham vivido isso. Uma delas por volta dos 10, 12 anos e a outra quando já tinha 16. Elas disseram que aconteceu algumas vezes e por isso decidiram casar o quanto antes para sair cedo de casa”, descreveu a delegada.

A corporação concluiu que a esposa do pastor não tem culpa nos casos e não deve ser responsabilizada.

Ainda de acordo com a delegada, o homem foi indiciado pelos abusos contra as duas crianças de quem a esposa cuidava e da filha mais nova. No caso da mais velha, segundo a delegada, como ela já era maior de 14 anos, não configura estupro porque o autor não usou de violência ou ameaça.

Se condenado à pena máxima nos três casos, ele pode ficar preso por até 40 anos.

Como o preso atuava como pastor – uma figura que inspira confiança – e caminhoneiro, podendo viajar muito, a delegada acredita que possam haver outras vítimas. As denúncias podem ser feitas por meio do 197 ou pelo WhatsApp (62) 9 8595-5416.

Fonte:  Vanessa Martins, G1 GO/Jornal Globo/WEB TV Cidade MT

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