Os impactos da tecnologia na saúde e educação das crianças.
Uma pesquisa realizada pela AVG Technologies, em 2019, mostrou que 66% das crianças entre 3 e 5 anos de idade conseguia usar jogos de computador, 47% sabia como usar um smartphone, mas apenas 14% era capaz de amarrar os sapatos sozinha. No caso das crianças brasileiras, o levantamento apontou que 97% das crianças entre 6 e 9 usam a internet e 54% têm perfil no Facebook.
Essa é a realidade mundial em que pais, sob a justificativa de que hoje é importante saber trabalhar com as novas tecnologias desde cedo ou simplesmente para evitar aborrecimentos, acabam deixando as crianças livres para usar os equipamentos da forma como quiserem, o que pode causar problemas não só aos pequenos, mas para toda a família.
“Nós precisamos encontrar uma maneira de educar os pais de hoje, e também os futuros pais, sobre prejuízos e benefícios das mídias eletrônicas e ajudá-los a fazer escolhas positivas para seus filhos”, alerta Susan Linn, escritora e fundadora da organização americana Coalizão pelo Fim da Exploração Comercial Infantil.
Já as educadoras parentais do projeto Amar e Acolher (@amareacolher), Juliana Péterle e Jupira Martiniano, alertam para os riscos à saúde das crianças e adolescentes que a exposição excessiva às telas pode causar. Segundo elas, o ideal é que crianças e adolescentes sejam limitadas a, no máximo, 2 horas de exposição diária a telas. E ainda deram alguns exemplos negativos que essa exposição pode trazer:
- Alteração gravíssima do sono
- Irritabilidade
- Humor deprimido
- Ansiedade
- Agitação mental
- Dependência digital (que pode se assemelhar a dependência química)
- Pouquíssima tolerância à frustração
- Destruição do convívio social
- Dor de cabeça
- Dor muscular
- Déficit de concentração
- Depressão
- Envelhecimento emocional
- Anorexia e bulimia
“E o pior é que os pais não fazem ideia que esse tipo de sintoma possa estar surgindo nos filhos em consequência das telas”, ressaltou Juliana.
Com a pandemia e a necessidade de estar conectado para assistir às aulas virtuais e realizar as atividades ficou difícil limitar o uso das telas para apenas 2 horas diárias. Porém, com o retorno das aulas presenciais fica o alerta.
Afinal, as crianças de hoje já nasceram conectadas, mas, também, é importante que elas desenvolvam habilidades que não dependam da conexão tecnológica.