Criminosos usam boletos falsos para aplicar golpes em empresas de Tangará e região.
Criminosos voltaram a aplicar o golpe do boleto em várias empresas de Tangará da Serra e deixam em alerta toda a comunidade empresarial local. O caso foi denunciado pelo setor financeiro de uma empresa local, que já registrou boletim de ocorrência junto à Polícia Judiciária Civil.
O golpe já é conhecido em todo o país desde 2018, mas desta vez vem com a ‘inovação’ de um comunicado de protesto caso a vítima não quitar até determinada data, normalmente no dia seguinte à mensagem (imagem abaixo). Outra justificativa utilizada pelos criminosos é que teria havido problemas operacionais no sistema de faturamento de notas fiscais da empresa (usando o nome do fornecedor), o que exige a substituição por outro boleto, pedindo à vítima que desconsidere o boleto verdadeiro. Há, também, um suposto desconto como atrativo adicional.
Os boletos são gerados pelos estelionatários depois de hackear os arquivos das movimentações de baixa do sistema de contas a receber da empresa vítima. A fraude, então, é encaminhada ao e-mail da empresa-vítima, que nem sempre desconfia por constar no boleto como cedente o nome do fornecedor com o qual mantém relações comerciais.
Os bandidos utilizam os e-mails cobxrp08@gmail.com e sistcool05@gmail.com (enlaces em vermelho na imagem acima) como origem da mensagem. O boleto pode ser de qualquer banco e a mensagem é assinada pelo departamento financeiro do suposto fornecedor com um nome fictício (setas indicativas na imagem acima).
Os boletos falsos seguem os padrões normais, com informações do cedente. Os fraudadores utilizam o XML da nota fiscal eletrônica, copiando exatamente as letras e números do campo da duplicata. Assim, a vítima é induzida a efetuar o pagamento, que não cai na conta do fornecedor, e sim na do golpista.
Para evitar o golpe, é importante que todo boleto recebido por e-mail seja checado junto ao fornecedor, uma vez que a indicação de desconto, o formato técnico da mensagem e o nome de uma empresa parceira também induzem a vítima ao erro.
Prática
Os primeiros registros do golpe do boleto no país são de 2018. A fraude já rendeu valores expressivos aos criminosos, mas também levou à prisão de uma quadrilha com base em Brasília.
Segundo informações levantadas pela reportagem, esse é mais um dos golpes cibernéticos proporcionados pelo uso descuidado da internet. Para o boleto ser clonado ou espelhado por hackers, basta a ação de vírus que se instala a partir de e-mails suspeitos ou redes sociais não seguras.
Outra possibilidade é o hackeamento de bancos de dados da fazenda pública, nas esferas municipal, estadual e federal, com os criminosos valendo-se de argumentos relacionados a tributos ou inconsistências no sistema de faturamento e emissão de notas para convencimento das vítimas, como ocorre no golpe que está sendo aplicado em Tangará da Serra e região.