Outubro Rosa: alerta sobre câncer de mama também vale para homens.
No Brasil, em outubro, se acende o alerta sobre o câncer de mama, doença que atinge cerca de 60 mil mulheres por ano. A cor rosa, socialmente ligada ao sexo feminino, passa a estampar prédios públicos e fachadas para reforçar a necessidade do autoexame. Mas elas não são as únicas vítimas.
Apesar de atingir uma pequena porcentagem de homens, casos de câncer de mama também são registrados entre pessoas do sexo masculino. É raro, representa somente 1% de todos os casos de cânceres de mama, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Isso quer dizer que a cada 100 mulheres diagnosticadas, um homem recebe a mesma notícia. Mas não é menos grave.
O primeiro caso em pacientes do sexo masculino foi descrito em 1307.
A descoberta do câncer de mama em homens acontece quase sempre “sem querer”, como foi o caso do vendedor Rogério de Souza Silva, de 41 anos. Morador de Tangará da Serra (240 km de Cuiabá), ele descobriu o nódulo ao voltar de uma pescaria.
O barco usado para a atividade bateu em seu peito. Dias depois, o nódulo apareceu mesmo sem dor.
“Procurei o médico e ele achou que o organismo ia absorver, porque não tinha nada de muito anormal. Só que com os dias, foi ficando dolorido e o médico propôs uma cirurgia para retirada”, conta.
A surpresa veio quando o material foi encaminhado para biópsia e o resultado apontou a presença do câncer. A “descoberta” foi em março deste ano.
“Fiquei arrasado com o diagnóstico, porque sempre me precavi: praticava esporte, nunca fumei, bebida muito pouco e, com exceção de uma prima, não havia histórico da doença na família”, ele observa.
Tratamento
O tratamento do câncer de mama masculino assemelha-se ao feminino. A cirurgia está indicada para praticamente todos os casos. No homem, devido ao pequeno volume mamário, a cirurgia consiste na retirada da mama. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento, menor a extensão da cirurgia.
Rogério já está perto de terminar as sessões de quimioterapia. Das 16, restam apenas três. Ele iniciou o procedimento depois de retirar a mama esquerda. O processo, segundo ele, é doloroso em muito sentidos.
Assim como acontece com as mulheres, a vaidade é um dos fatores preponderantes no tratamento. Principalmente por causa do cabelo, que cai durante a quimioterapia. Apesar disso, Rogério diz ter deixado as questões estéticas de lado ao lembrar que para as mulheres, “o momento é mais delicado” ainda.
“Já usava o cabelo raspado, então não fez muita diferença. Após a cirurgia, passei um período sempre de camiseta. Hoje não me afeta mais”, conta.