Trabalhadores são vítimas de golpe e têm o dinheiro sacado do FGTS emergencial;

Trabalhadores pelo país que tentaram fazer o saque emergencial do FGTS de até R$ 1.045 descobriram que o dinheiro já havia sido sacado.

O golpe se dá da seguinte forma: usando o CPF e o nome dos trabalhadores, golpistas se cadastram no aplicativo Caixa Tem, informando um e-mail falso, e pegam o dinheiro. Como o aplicativo não solicita confirmação da identidade do usuário, os golpistas não enfrentam dificuldades para ‘roubar’ o acesso ao Caixa Tem. A Polícia Federal está investigando o caso.

Caixa Econômica Federal não informa o número de pessoas que procuraram o banco para reclamar sobre a retirada indevida do dinheiro. E afirma que, nos casos em que há comprovação de saque fraudulento, o dinheiro é devolvido para o beneficiário. O banco, no entanto, não especificou o tempo que isso pode levar e nem se pretende fazer alguma mudança no aplicativo Caixa Tem para evitar esse tipo de fraude.

“A Caixa realiza, de forma estratégica e preventiva, monitoramento de casos suspeitos e bloqueia contas com indícios de fraude ou com inconsistências cadastrais para a verificação de informações”, informou por meio de nota.

O banco informa ainda que o problema só pode ser resolvido nas agências, onde o cliente deve solicitar que o funcionário abra uma contestação do saque. No entanto, o prazo de resposta dessa contestação é de 10 dias, mas há relatos de trabalhadores que pode levar até um mês.

A vulnerabilidade do sistema está no processo de confirmação das informações fornecidas pelo usuário. Portanto, a principal recomendação para evitar que o dinheiro seja retirado por um fraudador é o trabalhador conferir o quanto antes o saldo do seu FGTS (veja como fazer essa consulta ao final da reportagem).

 Veja como funciona o golpe

 O FGTS emergencial possui dois calendários, o de depósito e o de saque e transferência. O benefício é depositado automaticamente em contas de poupança social digital na Caixa, que deve ser acessada pelo aplicativo Caixa Tem.

Depois que o benefício é depositado, e enquanto não é liberado para saque, os golpistas baixam o Caixa Tem, preenchem os dados com o CPF do trabalhador e um e-mail falso para acessar o valor.

Para retirar o valor da conta, os fraudadores pagam boletos gerados em alguma carteira digital.

A vítima só percebe que caiu no golpe quando tenta se cadastrar no Caixa Tem e o sistema acusa que um cadastro já foi feito com o CPF dela.

 Como se prevenir

A Caixa recomenda que os trabalhadores utilizem apenas os canais oficiais do banco para obter informações sobre o saque do FGTS.

Não forneça senhas ou outros dados de acesso em outros sites ou aplicativos.

O cliente deve estar sempre atento a qualquer atividade e situação não usual, e principalmente não clicar em links recebidos por SMS, WhatsApp ou redes sociais para acesso a contas e valores a receber.

Desconfiar de informações sensacionalistas e de “oportunidades imperdíveis”.

Links suspeitos podem levar à instalação de programas espiões, que podem ficar ocultos no celular ou computador, coletando informações de navegação e dados do usuário

Utilizar sempre navegadores e softwares de antivírus atualizados.

A Caixa jamais pede senha e assinatura eletrônica numa mesma página, sendo a assinatura digitada somente por meio da imagem do teclado virtual.

A Caixa não envia SMS com link e só envia e-mails se o cliente autorizar.

O trabalhador deve fazer o cadastro no site e aplicativo oficial do FGTS no Google Play e Apple Store.

É preciso verificar se o link possui o https para que a conexão seja segura para a inserção de dados. O mesmo vale para o cadeado antes do endereço. O usuário pode clicar nele para verificar o certificado de segurança e data de validade.

O trabalhador deve também baixar o aplicativo oficial do Caixa Tem (no Google Play ou na App Store) e se cadastrar, usando seu e-mail e número de celular. Uma vez cadastrado no aplicativo, o trabalhador previne que golpistas possam ter acesso à conta.