Movimento de alta para a arroba do boi está chegando no limite.
O Analista de Mercado da Agrifatto, Yago Travagini Ferreira, informou que as referências para a arroba registraram uma alta de R$ 70,00 desde maio, em que estava cotada a R$ 190,00. “Nas últimas semanas estamos observando leves sinais de que os preços devem ficar próximos da estabilidade e depois começar a partir para um movimento de desvalorização”, afirma.
Com a arroba em patamares recordes, os preços da carne no atacado começam a sofrer com leves desvalorizações e encontrando uma barreira para que o valor no varejo não consiga avançar. “Os consumidores de uma classe mais baixa, que consome o dianteiro, não está conseguindo comprar um corte mais caro. Com isso, a população está migrando para a carne de frango que tem registrado valorizações nos últimos dias”, destaca.
Com os valores da arroba em alta, algumas indústrias já começam a reduzir os abates e dando férias coletivas. “É um movimento natural dos frigoríficos de serem cautelosos e esperar o comportamento do mercado, isso querendo ou não pode ser usado pelos participantes do mercado”, reportou Travagini.
Os frigoríficos trabalham com uma margem bruta de lucro negativa em 2,4% da carne para o boi gordo. ”Esse movimento que recuo na margem vem sendo observado desde maio, mas nos últimos três anos trabalhava no positivo. É comum o frigorífico operar com uma margem negativa, porém vai pressionando o caixa e vai recebendo cada vez menos pelos subprodutos do animal”, comenta.
Com relação às proteções de preços aos pecuaristas, o mercado tem registrado um aumento das negociações em Puts e que protege o produtor de quedas nas referências da arroba. “Estamos no maior nível de participação de proteção de preços desde o final de abril desse ano, com 43%”, ressalta.