Ivermectina some das farmácias de Tangará da serra e especialista alerta para risco de automedicação.
Após a divulgação de que a ivermectina seria uma nova aposta da ciência ao combate do novo coronavírus, as farmácias registraram um aumento na procura do medicamento destinado a tratar vermes e parasitas como piolhos e pulgas. Esse tipo de uso é chamado de off-label, quando um remédio é utilizado para uma destinação diferente da que consta na bula. Com o desaparecimento da droga das prateleiras, especialistas alertam para os riscos da automedicação.
A equipe do WEB TV CIDADE-MT procurou a ivermectina em farmácias de Tangara da serra, e o medicamento estava indisponível, muitas aguardando, pois, a distribuidora estava em atraso sem previsão de volta. Em uma farmácia da cidade, o estoque que havia sido reabastecido o mesmo já ocorreu com a nitazoxanida que desde o dia 16 passou a ser comercializada apenas com receita médica especial, por determinação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), após a alta na procura do remédio como método de tratamento do coronavírus, sem comprovação científica.
A infectologista Paula Magalhães, adverte que o uso sem recomendação médica traz diversos riscos. Na bula do remédio, a diarreia, náusea, astenia, dor abdominal, anorexia, constipação e vômitos aparecem como reações adversas ao uso. Outros sintomas como tontura, sonolência, vertigem, tremor, prurido, erupções e urticária são destacados. Além das reações adversas, quem utiliza o remédio também pode sofrer com a interação medicamentosa com outras drogas.
A recomendação é de que somente os pacientes que possuem prescrição façam uso da ivermectina. Um acompanhamento do tratamento precisará ser realizado pelo médico e responsável técnico do tratamento.
Sem a existência de um medicamento ou vacina para o tratamento do novo coronavírus, a recomendação para a prevenção da doença continua sendo o isolamento social. “Até que estudos comprovem a eficácia de alguma medicação, devemos preservar o distanciamento. O isolamento está agora em 50%, quando o ideal para que a curva da doença fosse achatada é de pelo menos 70%”, alerta Especialistas de saúde.
Segundo testes realizados por cientistas da Universidade Monash, na Austrália, uma droga presente no antiparasitário foi capaz de inibir o crescimento do microrganismo e apenas 48 horas.