04 de junho, Dia Mundial das Crianças Vítimas de Agressão: Precisamos proteger nossas crianças!
Quando uma criança é agredida, as marcas que ficam não são apenas físicas, mas também emocionais. A agressão sofrida atinge a criança no seu desenvolvimento, na sua visão de si mesma e do mundo, interferindo diretamente na pessoa e na cidadão em que ela se tornará.
Com o intuito de colocar o foco neste assunto diante à sociedade, o dia 04 de junho é dedicado ao combate da agressão infantil e, nós, do “Orientar Centro Educacional”, uma Escola que trabalha com crianças e adolescentes, não poderíamos ser indiferentes a essa militância e, por isso, apoiamos e lutamos por essa causa, afinal, no espaço escolar temos a oportunidade de conscientizar as crianças e adolescentes de que elas/eles são sujeitos de direitos e, portanto, devem conhecer os seus direitos e assumirem o compromisso social de fazê-los valer em qualquer circunstância.
Combater a agressão infantil não é nada fácil, principalmente considerando que muitas vezes a criança ou a adolescente não tem coragem de contar que está sendo vítima de maus tratos e violência, por razões associadas ao medo, à vergonha ou à dúvida. Por esse motivo, faz-se necessário e importantíssimo que os adultos estejam atentos e vigilantes a quaisquer sinais de mudança de comportamento, tristeza ou abatimento que as crianças ou adolescentes apresentem.
Atualmente no Brasil, 18 mil crianças são vitimas de violência doméstica por dia, o que de acordo com os dados apresentados pela Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e Negligência na Infância (Sipani), representam 12% das 55,6 milhões de crianças menores de 14 anos de idade. Frente a esta realidade não há o que comemorar.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mostram que 80% das agressões físicas contra crianças e adolescentes foram causadas por parentes próximos e, que, de hora em hora morre uma criança queimada, torturada ou espancada pelos próprios pais e/ou responsáveis. Ou seja, o perigo está mais próximo do que se imagina!
De acordo com especialistas, aproximadamente 70% das denúncias de agressão física contra crianças forma praticadas pela própria mãe, enquanto que o abuso sexual normalmente é praticado pelo pai ou padrasto. Entre as causas da violência infantil está o trauma de quem foi agredido quando criança, portanto pais e/ ou responsáveis que foram vítimas de violência doméstica tendem a repetir as agressões em seus/ suas filhas.
Lembrando que as agressões as quais as crianças são submetidas podem ser de ordem física, psicológica ou sexual. Todavia, há outras formas de agressão, cujas causas são: ver a criança e o adolescente como um objeto de sua propriedade; a projeção de cansaço e problemas pessoais nas filhas; fanatismo religioso; problemas psicológicos e psiquiátricos não tratados; alcoolismo e à falta de limite da agressor (a). Em todos os casos listados anteriormente, faz-se necessário advertir a agressor (a), pois a omissão diante do problema, consente com a continuação das agressões.
O diálogo com a criança e com a adolescente ainda é o meio mais eficaz de combater a cultura da violência. Nos momentos de conversa, convém explicar para a criança e para a adolescente as consequências de seus atos e expressar o quanto determinadas atitudes podem ser decepcionantes, buscando fazê-la enxergar o quanto ela tem potencialidades para agir de maneira melhor. Esse tipo de atitude além de melhorar o relacionamento com seu/sua filha, uma vez que promove o aumento da confiança e à liberdade de expressão, conversar com ela/ ela também evita que no futuro ela/ele torne-se um agressor (a), pois, não estará condicionado a agir violentamente, mas sim de maneira conciliatória, através do diálogo.
Maus tratos e violência contra crianças e adolescentes é crime, cuja pena prevista no Código Penal Brasileiro é de 1 a 4 anos, em casos de lesão corporal de natureza grave, acrescidos para 4 a 12 anos, quando essa lesão leva à óbito. Quando a vítima sobrevive a guarda passará a ser do parente mais próximo.
Outro ponto importante sobre a defesa das crianças e adolescentes é, em qualquer suspeita de violência ou agressão, encaminhar a denúncia para o Conselho Tutelar da cidade o mais rápido possível, visto que o público em questão é vulnerável. E, para saber o telefone do Conselho Tutelar mais próximo de sua casa, ligue para o número 100, lembrando que a ligação é gratuita e lhe é assegurado o anonimato.
Precisamos preservar a infância de nossas crianças e resguardar a adolescência também, afinal são períodos de extrema importância para o desenvolvimento sócio-afetivo e cognitivo delas, além do que lutar por elas é garantir um futuro melhor e mais digno para o nosso mundo!
Fonte: Tereré News