Conhece a doença mão-pé-boca? Saiba quais os sintomas e os tratamentos .
Doença costuma afetar crianças menores de cinco anos e, mesmo que não seja grave, é importante ter o diagnóstico rápido para tratar todas as lesões
Enquanto o filho estava na escola, a advogada Anamaria Donda Hegab recebeu uma ligação informando que o pequeno Theo, de um ano e seis meses, estava com febre. No dia seguinte, feridas já começaram a aparecer em suas mãos. A mãe logo imaginou que seria a doença mão-pé-boca, pois sua filha mais velha desenvolveu o problema na mesma idade.
A doença mão-pé-boca tem esse nome por apresentar lesões avermelhadas nessas três regiões do corpo. Ela é causada pelo vírus Coxsackie, da família dos enterovírus. “É muito comum em crianças menores de cinco anos”, diz a pediatra Márcia Yamamura, especialista em infectologia pediátrica e professora da Escola Paulista de Medicina. A profissional explica que, na maioria dos casos, a doença apresenta sintomas mais leves. Os sinais mais comuns incluem febre com mal-estar, dor de garganta com não aceitação de alimentos e irritabilidade. A alta temperatura acontece antes das lesões na garganta, que iniciam com manchas avermelhadas e podem virar até úlceras bem dolorosas. Já nos pés e mãos aparecem erupções de pequenas bolhas, principalmente na sola dos pés e nas palmas das mãos. “É muito importante fazer um diagnóstico médico, mesmo sendo uma doença benigna. Na maioria dos casos, os sintomas podem ser confundidos com os do resfriado”, ressalta a pediatra. No caso de Theo, a doença ficou mais intensa nas mãos e, segundo conta Anamaria, as feridas coçavam muito. Ele chegou a ter algumas na boca, mas conseguiu continuar comendo. “Com ele foi diferente de quando a minha filha teve, que estourou mais na garganta. Ela não conseguia nem mamar”, aponta.
Como ocorre a transmissão?
De acordo com a pediatra, a transmissão acontece por contato pessoal próximo, pelas gotículas de tosse, saliva ou espirro, pelo contato com a pele e por meio de beijos. Além disso, ela ocorre por utensílios compartilhados, como chupetas, brinquedos ou fezes de crianças que estão infectadas. No geral, os pequenos surtos aparecem em berçários, creches e no jardim de infância, como foi o caso de Theo. A manifestação pode ficar mais intensa nas épocas mais frias e os primeiros sintomas aparecem em até sete dias após a contaminação. Diante disso, uma das formas de não contrair a doença é lavar e higienizar as mãos. Quando os primeiros sinais aparecem, a recomendação é levar a criança para uma consulta médica o quanto antes. “Em alguns casos, o médico pode colher secreção da garganta ou pesquisar o vírus nas fezes, mas o diagnóstico é sempre clínico por se tratar de lesões bem características”, aponta a especialista.
Tratamentos indicados para a doença mão-pé-boca
O tratamento para a doença mão-pé-boca inclui medidas gerais como antitérmicos para febre e analgésicos para dor. Quando as crianças ficam prostradas e abatida, a indicação é deixá-las em repouso. No caso de Theo, ele tomou medicações e fez banho de permanganato, indicado para desinfectar a pele. É importante se preocupar caso o pequeno deixe de aceitar líquidos e alimentos, uma vez que as lesões na garganta podem ser bastante doloridas. “Toda a atenção deve ser dada para garantir a hidratação e, em casos mais graves e prolongados, deve-se internar. Não é indicado levar a criança para a escola, pois ela pode transmitir o vírus ”, destaca Márcia. Vale destacar que, apesar de ser raras, complicações como meningite viral e encefalite podem acontecer. “A própria apresentação da doença assusta os pais, já que as lesões da garganta podem ser ulcerosas e muito dolorosas, o que leva a criança a um quadro importante de prostração”, aponta a pediatra. Diante de todo o cenário, o importante é realizar o diagnóstico e acompanhar a evolução da doença mão-pé-boca . A melhora deve acontecer em 10 dias. Caso os sintomas fiquem mais intensos, a dica é procurar o médico novamente. Vale ressaltar que ela não traz imunidade e, apesar de não ser comum de acontecer, a criança pode ter a condição mais de uma vez.
Fonte: Saude.ig.com.br/minha saúde