Sabe aquela alergia que não melhora? Pode ser dermatite atópica

Parece uma alergia temporária, mas reaparece em vários momentos da vida. Pelo menos 7% dos brasileiros têm dermatite atópicaLinhas de expressão, manchas, rugas, acne. A pele carrega os sinais do tempo, mas também reflete nosso estado geral de saúde. Alimentação ruim, estresse e hábitos pouco saudáveis são responsáveis por desencadear várias doenças de pele, conhecidas como dermatites, que se manifestam em diferentes regiões do corpo. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, 7% dos adultos e 25% das crianças convivem com a dermatite atópica, patologia crônica que se manifesta em ciclos. Os principais sintomas são coceira, vermelhidão e ressecamento intenso da pele nas regiões afetadas. “Não há uma causa específica para o problema. A dermatite atópica é uma doença multifatorial, com caráter genético. A predisposição hereditária associada a fatores imunológicos e ambientais é que dá origem aos sintomas”, explica Fernanda Aguiar (CRM 30977), dermatologista da Clinipam.

Sintomas afetam a qualidade de vida
Em boa parte dos casos, as doenças de pele vêm acompanhadas de outro sintoma: a falta de informação. Apesar da dermatite atópica não ser contagiosa, o aspecto ressecado e inflamado da pele faz com que muita gente pense o contrário. Não é raro que os portadores também apresentem problemas de insônia, estresse e até depressão em casos mais graves, quando as manchas ocupam boa parte do corpo. Como a doença é cíclica, pode até desaparecer por alguns anos. Há quem passe a vida toda sem buscar ajuda, apenas lidando com os sintomas quando eles surgem. “O diagnóstico é feito com base na história completa e detalhada da doença e pelo exame clínico. Não há um exame sanguíneo específico”, cita Fernanda.
O tratamento acompanhado por um dermatologista é focado em minimizar os desconfortos cutâneos e, por consequência, promover mais qualidade de vida aos pacientes. “Há diversas pomadas e medicações via oral que permitem controlar a doença. O uso de hidratantes como vaselina líquida e óleo de amêndoas também é recomendado”, diz Fernanda. A profissional alerta ainda que é preciso mudar alguns hábitos que pioram o quadro. “Para que os sintomas melhorem e não perdurem por um longo período, é necessário eliminar alguns agravantes. Banhos muito quentes e demorados, contato com lã e fibras sintéticas, unhas compridas e ambiente seco favorecem o ressecamento da pele e agravam os sintomas”, detalha. É importante ficar atento à alimentação: a clara de ovo, o leite de vaca e o trigo podem potencializar o desconforto. A dieta deve ser rica em vegetais, frutas, peixes, e azeite.

Doença surge em qualquer idade
A dermatite atópica também está entre as doenças mais comuns na infância. Aparece entre dois e seis meses de idade, pode se prolongar até a adolescência e, em pelo menos 20% dos casos, por toda a vida adulta. De acordo com a dermatologista da Clinipam, os sintomas variam: “na fase do lactente as lesões são vermelhas, com pequenas bolhas evoluindo para a descamação e secreção serosa. Atinge principalmente a face, couro cabeludo e pescoço”. Controlar a coceira não é tarefa fácil para os pequenos. Os pais precisam ficar de olho e reforçar os cuidados diários. Fernanda tem algumas dicas que servem tanto para os pais quanto para quem convive com a dermatite atópica: “as roupas utilizadas devem ser de algodão e, se possível, lavadas com sabão neutro. As unhas devem ser cortadas para evitar escoriações, que facilitam a infecção da pele. É importante manter a limpeza da casa, deixando-a livre de poeira e ácaros. O quarto deve ter poucos móveis, o colchão e travesseiros podem ser revestidos por plástico. Em locais muito secos, o umidificador de ar contribui para minimizar o ressecamento”, finaliza.
Direção Clinipam:
Dr. Gilton Guilgen: CRM 6838
Dr. Cadri Massuda: CRM 6310